terça-feira, 30 de junho de 2009

Impactos da crise - Desemprego

Dados do Ministério do Trabalho de abril de 2009 atestam que Alagoas lidera o ranking de desemprego no Nordeste, entre os meses de janeiro e março a porcentagem de desempregados nos estados chegou a 7,51%. O estado da Paraíba nesse ranking ficou em 5º lugar, do Rio Grande do Norte em 8º e do Sergipe em 9º. A crise econômica, para muitos especialistas, é apontada como a grande responsável por esses índices, mas é importante ressaltar que são muitos dados que se misturam para compor essa estimativa. No caso do Rio Grande do Norte, o setor da Agroindústria de cana-de-açúcar é o setor que mais colabora com o aumento do número de desempregados no estado. Mas não é só a crise econômica responsável por esse aumento do desemprego, o período entressafra que joga no mercado milhares de trabalhadores sem qualificação, e a diminuição na arrecadação no Fundo de Participação dos Municípios, que gera uma diminuição dos investimentos para a geração de emprego e renda, também são responsáveis.

Impactos da Crise - Indústria e Agricultura

Não só no Nordeste, como no Brasil e, porque não dizer em todo mundo, o setor industrial tem sido o que mais tem sofrido com a crise. Apesar do Rio Grande do Norte está se destacando nesse setor nos últimos anos, os estados do Nordeste, mais especificadamente os estados do Alagoas, Sergipe e Paraíba, no geral, apresentam uma indústria pouco desenvolvida. Logo os impactos da crise não vão ser tão sentidos na economia desses estados, devido ao pouco desenvolvimento industrial.

Mas não se pode ignorar os impactos, ainda que pequenos, que a economia desses estados sofreram por conta do prejuízo de suas indústrias. A Paraíba, por exemplo, que possui um setor industrial voltado para a produção têxtil teve sua balança comercial afetada por conta da crise. O principal exportador de produtos paraibanos são os Estados Unidos, com a queda das exportações por conta da crise, seis das dez maiores empresas exportadoras do estado apresentaram retração em fevereiro de 2009. A balança comercial da Paraíba chegou a apresentar um déficit de 21,9% em fevereiro.

O Rio Grande do Norte também possui uma pequena indústria têxtil que se prejudicou com a crise. Mas em contrapartida o setor sucroalcooleiro dobrou seu crescimento em 128,3% em relação ao ano passado, o açúcar ocupando o quarto lugar na pauta de exportações.

Em Alagoas, indústrias de insumo básico, fábricas de fertilizantes também anunciaram queda nas vendas por conta da crise. São indústrias relacionadas a agricultura, setor forte no estado.

No que se refere à agricultura, a fruticultura, setor forte no Rio Grande do Norte, por exemplo, apresentou queda na exportação de alguns produtos. Enquanto o melão, por exemplo, continuou exportando em grandes quantidades, alguns produtos como banana, por exemplo, apresentaram queda. A carcinicultura apresentou uma queda de 32,8% no primeiro trimestre de 2009 em relação ao primeiro trimestre de 2008. As quedas nas exortações potiguares chegaram a 37,8% em 2009 com relação ao mesmo período de 2008. Mas é importante ressaltar que essas quedas também têm uma relação com as cheias que atingiram a região Nordeste em 2008, e não somente com a crise econômica. Tendência presente em todos os outros estados.

Impactos da Crise - Comércio Varejista

O comércio varejista é um dos setores que menos está sofrendo com a crise nos estados do Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe e Paraíba, e no Nordeste como um todo. Grande parte da classe média desses estados é composta por servidores públicos (no caso de Alagoas, por exemplo, 80% de sua classe média é composta por servidores). Com um emprego estável e uma renda segura, essa classe possui uma atuação muito forte na economia com um poder de compra significativo.

A crise econômica chegou para essa classe graças à mídia. Com o seu poder aquisitivo não diminuído, a pequena mudança nos padrões de consumo veio decorrente as informações sobre a crise econômica pelos meios de comunicações. Informações estas que trouxeram certa insegurança para os consumidores, ainda que uma singela insegurança.

Além dos funcionários públicos, a parcela da população que recebe ajuda dos programas de transferência de renda do governo (como o Bolsa Família) também compõem o mercado consumidor dos estados citados. Ainda que de forma menos imponente essa parcela tem importância na economia do Nordeste, devido à quantidade de beneficiados com esses programas. E como sua fonte de renda, no caso os programas do Governo, também é uma fonte estável, a crise nada abalou seu poder de compra. Logo, ajudando a não alterar de maneira significativa a estrutura do comércio varejista mesmo em tempo de crise.

Impactos da Crise - FPM

O Fundo de Participação dos Municípios (FPM) é uma transferência constitucional, composto de 22,5% da arrecadação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A distribuição dos recursos aos Municípios é feita de acordo com o número de habitantes, a partir de faixas populacionais fixadas cabendo a cada uma delas um coeficiente individual. Para as capitais o coeficiente fixado se dá de acordo com o inverso da renda per capita de sua população. Do total de 10% dos recursos são destinados aos Municípios das capitais e 86,4% para os demais Municípios e 3,6% para o fundo de reserva a que fazem juz os Municípios com população superior a 142.633 habitantes, excluídas as capitais.
Com a crise econômica, o governo federal mudou a tabela do Imposto de Renda para aumentar a faixa de isenção e reduzir o IPI pata os carros. Segundo o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, essa redução do IPI seria para salvar os empregos dos metalúrgicos do ABC paulista. Mas que, como conseqüência, resultou numa diminuição na arrecadação do FPM nos primeiros meses de 2009.
Tomando como exemplo o caso da Paraíba, a transferência de FPM para os municípios do estado nos três primeiros meses de 2009 caiu 12% em relação ao 1° trimestre do ano passado. Já no caso do Rio Grande do Norte, os prefeitos constataram uma queda de 40% nos depósitos de janeiro de 2009 em comparação a dezembro de 2008. Em de Alagoas, a prefeitura de Maceió chegou a paralisar suas atividades no dia 2 de abril em protesto contra a redução do repasse do FPM.
Os estados do Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe e Paraíba, assim como a Região Nordeste com um todo, apresentam municípios pequenos muito dependentes da arrecadação proveniente do FPM. Com a redução do repasse, muitos desses municípios de viram numa situação bastante crítica. Além disso, junto com a redução na arrecadação do FPM, o reajuste do salário mínimo, acima de 10%, e o piso nacional dos professores contribuíram para a situação do equilíbrio financeiro desses municípios. Principalmente porque nos municípios pequenos a quantidade de trabalhadores que ganham salário mínimo é significativa.
Num cenário de crise, a situação economia desses municípios se agrava ainda mais, já que com a redução da arrecadação, as prefeituras passaram a cortar gastos com construção civil, principalmente, e programas de assistência social, aumentando o risco de desemprego. Num contexto de crise econômica a atuação das autoridades estatais e municipais com investimentos para impulsionar a economia é muito importante. A construção civil é um bom exemplo de um investimento do Estado que gera empregos, oferecendo poder de compra aos trabalhadores. Com a diminuição da arrecadação da renda proveniente do FPM as prefeituras passaram a cortar gastos não primordiais ( saúde e educação), sendo a construção civil alvo desse corte.

Impactos da crise - Turismo

Com a crise econômica, um dos impactos mais significativos que podem ser assinalados é o impacto no setor turístico. O turismo, sendo uma atividade que sofre bastante influência do cenário econômico mundial, vem crescendo nesses estados, sendo a crise econômica o fator que tem mais influenciado esse crescimento. No caso do Rio Grande do Norte, por exemplo, que estava sofrendo sucessivas diminuições no tráfego de turistas estrangeiros, a crise ajudou a dar um impulso nos negócios a partir do crescimento do turismo doméstico. Em Janeiro de 2009 os empresários já previam a ocupação de 85% a 85% dos hotéis para a alta estação do mesmo ano, aumento de 10% e 15% comparando com o mesmo período de 2008. Apesar do turismo não ser a atividade econômica mais importante nesse estado, ao contrário de Alagoas, é uma atividade que vem se destacando já há alguns anos no estado.
As causas desse crescimento do turismo no Nordeste, e no Brasil, são várias. Com a crise, houve um crescimento no turismo doméstico, já que em tempos de crise os brasileiros das classes A e B preferem diminuir seus gastos com viagens em seu próprio país, do que com visitas a outros países. O aumento do dólar também contribui para isso, com a desvalorização do real frente ao dólar os estados brasileiros passaram a ser destinos mais baratos para quem quer fazer uma viagem. O mesmo acontece para os turistas estrangeiros, o Brasil passou a ser um destino mais barato. Mas o turista de fora demora mais para responder a essa nova realidade, por enquanto o número de turista que visitaram o Brasil no fim de 2008 e em 2009 foi baixo comparado a períodos anteriores.
É importante ressaltar que com esse contexto favorável, a atividade turística ganha mais investimentos. Em tempos de crise, o Estado aproveita para investir em setores que estão lucrando. Alem disso o turismo é um setor que movimenta uma série de outras atividades, além ser muito importante como gerador de emprego e renda.

Economia do Alagoas

O Estado de Alagoas tem como limites: Pernambuco (N e NO); Sergipe (S); Bahia (SO); e oceano Atlântico (L). Ocupa uma área de 27.767 km². Sua capital é a cidade de Maceió. Sua população é de 3.037.103 habitantes. Tendo o IDH na faixa de 0.649 e GINI de 0.575. Sendo formado por 102 municípios, suas cidades mais populosas são Maceió, Arapiraca, Palmeira dos Índios, Rio Largo, Penedo, União dos Palmares, São Miguel dos Campos, Santana do Ipanema, Delmiro Gouveia, Coruripe e Campo Alegre.

Entre os principais produtos agrícolas cultivados no Estado encontram-se o abacaxi, o coco, a cana-de-açúcar, o feijão, o fumo, a mandioca, o algodão, o arroz e o milho. Na pecuária, destacam-se as criações de eqüinos, bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos. É o maior produtor de cana-de-açúcar do nordeste, Alagoas perdeu, em termos nacionais, na safra passada, o segundo lugar para o Paraná. Caracterizada pelo baixo nível de mecanização e pela pouca produtividade, a agricultura tem registrado redução gradativa em suas safras durante os últimos 15 anos. A maior queda acontece na colheita de algodão: 800 t em 1999, em comparação com as 27,3 mil t de 1985.

Atividade industrial tem como sub-setores predominantes o químico, a produção de açúcar e álcool (mais conhecido como setor sucroalcooleiro), de cimento, e o processamento de alimentos. Ultimamente tem crescido bastante os índices de novas indústrias em Alagoas (que em apenas 1 ano chegaram 12 novas indústrias).

O principal pólo industrial fica em Tabuleiro, na periferia de Maceió, a poucos quilômetros do Porto do Jaraguá. Surgido em 1979, com o objetivo inicial de reunir indústrias químicas, a partir dos anos 90, Tabuleiro recebe também empresas de setores variados, que se beneficiam da infra-estrutura de estradas e energia existentes.

Existem também no Estado, reservas minerais de sal-gema, Alagoas é o maior produtor de gás natural do Brasil (ALGÁS), além do petróleo. A participação da indústria da cultura canavieira na economia do estado atinge 45 %. As outras atividades com contribuição significativa são o turismo, com 23%, a indústria alimentícia, com 20% e a de química e mineração, com 12%.


Nos últimos anos, o turismo tem crescido nas praias do estado com a chegada de brasileiros e também de estrangeiros, graças a melhorias no aeroporto de Maceió e na infra-estrutura hoteleira. O litoral norte, especialmente Maragogi e Japaratinga tem recebido nos últimos anos grandes empreendimentos de resorts. Localizado na região nordeste, Alagoas abriga a foz do rio São Francisco - que demarca a divisão com Bahia e Sergipe - com seu rico ecossistema em meio a dunas e coqueirais. Muitas de suas praias têm grande função ambiental. A praia do Peba constitui-se numa área de desova de tartarugas marinhas. Na de Paripueira existe uma estação de proteção ao peixe-boi, espécie ameaçada de extinção.

O turismo é uma atividade cada vez mais próspera para a economia de Alagoas. Em 1999, os turistas garantem aos hotéis alagoanos a sua mais alta taxa média de ocupação da última década: 56,5% - a segunda maior da região nordeste atrás apenas da registrada no Ceará. O local mais procurado pelos turistas é a capital, Maceió. Eles se concentram nas praias de Ponta Verde, Jatiúca e Pajuçara, esta apreciada, sobretudo por suas piscinas naturais. Também recebem número expressivo de visitantes as regiões costeiras próximas à capital, como as praias do Francês, no município de Marechal Deodoro, e as das cidades de Japaratinga e Barra do São Miguel, famosa pelas areias brancas. Outro ponto atrativo é a serra da Barriga, em União dos Palmares, onde no século XVII se ergueu o Quilombo dos Palmares.

Economia da Paraíba

O estado da Paraíba está situado a leste da região Nordeste e tem como limites o estado do Rio Grande do Norte ao norte, o Oceano Atlântico a leste, Pernambuco ao sul e o Ceará a oeste. Ocupa uma área de 56.439 km². A capital é João Pessoa e outras cidades importantes são: Campina Grande, Santa Rita, Guarabira, Patos, Sousa, Cajazeiras e Cabedelo. Tem uma população de 3.742.606 e o IDH que é de 0, 718, é o segundo maior entre os estados estudados ficando só atrás do Rio Grande do Norte. E o GINI de 0,595.

A economia se baseia na agricultura, principalmente de cana-de-açúcar, abacaxi, fumo, graviola, juta, umbu, cajú, manga, acerola, mangaba, tamarindu, mandioca, milho, sorgo, urucum, pimenta do reino, castanha de cajú, arroz, café e feijão. Na pecuária, de modo mais relevante, caprinos, na região do Cariri.

Na indústria destaca-se a alimentícia, têxtil, couro, calçados, metalúrgica, sucroalcooleiro. O transporte marítimo é fundamental à economia paraibana. As exportações e importações são operadas principalmente através do Porto de Cabedelo.

O turismo da Paraíba destaca-se principalmente por suas praias movimentadas e de temperatura agradável. O estado ainda possui a única praia naturalista do nordeste brasileiro (Praia de Tambaba - Litoral Sul) e inaugurou a primeira obra do arquiteto Oscar Niemeyer em João Pessoa, denominada Estação Ciência, Cultura e Artes (na Ponta do Cabo Branco). Ressalta-se também as comidas típicas, o artesanato, e o ecoturismo. Outros eventos principais são os Encontros da nova consciência e o São João de Campina Grande, Patos e Santa Luzia, a Festa do Bode Rei e o Lajedo de Pai Mateus em Cabaceiras, a Caranguefest em Bayeux, o Festival de Verão em João Pessoa. Em Campina Grande se encontra um dos maiores eventos juninos do Brasil, denominado "O Maior São João do Mundo."Na Paraíba se encontra o ponto mais oriental das Américas, conhecido como a Ponta do Seixas, em João Pessoa, devido a sua localização geográfica privilegiada (extremo oriental das Américas), João Pessoa é conhecida turisticamente como "a cidade onde o sol nasce primeiro".